A Copa do Mundo no Brasil vem
gerando muitos debates calorosos. A maioria deles, é verdade, trata dos
aspectos relacionados à construção e reforma de estádios, com a já tradicional
desconfiança de que estejam acontecendo atos de corrupção, superfaturamento,
etc. Mas aqui vamos tratar de um outro detalhe, alvo de críticas por parte da
crítica especializada, notadamente de um canal pago: a elitização do
futebol. E o saudosismo da geral e dos
“geraldinos”.
Pois bem.
Um famoso comentarista, conforme
ressaltado alhures, de tendência nitidamente esquerdista (comunista de carteirinha) vem se digladiando contra a “elitização” do futebol e o
“embranquecimento do estádio” (nas palavras dele, proferidas no programa “Linha
de Passe”, mesa redonda semanal), por causa dos absurdos preços dos ingressos.
Segundo o referido comentarista, a torcida estaria agindo de maneira pouco
usual, distinta do comum quando temos jogos entre times, por ser uma torcida de
“filhinhos de papai”, que não saberiam torcer. E aí, além de uma “discriminação
às avessas”, aparece o saudosismo da geral e dos geraldinos.
Discordo do posicionamento desse
ilustre comentarista.
Primeiro, porque não devemos
confundir preço do ingresso com a forma como a torcida de seleção brasileira
age. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Não estou aqui para
defender o preço dos ingressos –muitas vezes caríssimos – mas também não acredito que
a solução seja criticar quem pode pagar por eles – a tal elitização combatida.
Isso é fruto de um discurso maniqueísta, próprio de divulgações da ala
esquerdista da política, que acredita que todo mal da sociedade advém da classe
mais abastada.
Aliás, é válido dizer que
torcidas de time possuem uma organização muito maior que a da seleção
brasileira, onde todos estão misturados. Há, em seleções, um aspecto de
dissipação, o que não impede os torcedores de, não raras as vezes, vaiarem o
treinador ou um jogador específico, como aconteceu com o atacante Hulk no
amistoso contra a Inglaterra.
Há de se ressaltar que, no caso
dos clubes, o futebol envolve custos sendo, portanto, imperioso, a adoção de um
preço de ingresso no valor mínimo de 40 (quarenta) reais. Ou um pouco menos, dependendo da avaliação dos clubes. Caso contrário, o
esporte bretão restará inviabilizado em nosso país, notadamente diante do
aspecto econômico e do impulso europeu em contratar os melhores jogadores. Ademais, quando se fala em shows, ninguém reclama de preço de ingressos - e, em certa medida, um grande jogo é um grande show, como os da Copa do Mundo, por exemplo.
Em segundo lugar, discordo também
do posicionamento acerca da antiga geral, que existia em estádios como Mineirão
e Maracanã. A antiga geral, para quem já teve a oportunidade de assistir a um
jogo nela, era uma clara afronta ao Código de Defesa do Consumidor, uma vez que
o torcedor não tinha uma visão adequada do campo (só se viam as pernas do
jogador) e nenhum tipo de conforto (torcedor permanecia em pé durante todo o
tempo). Estar com saudades da “geral”, em nome dos “geraldinos” (pessoas que
vestiam trajes espalhafatosos, mas que padeciam de problemas sociais graves,
sendo ali apenas um reforço da exclusão da qual padeciam), é simplesmente estar
fora da realidade. Devemos, sim, defender a modernização dos estádios. Não só
dos estádios, mas de toda a carente infraestrutura brasileira (aeroportos,
ferrovias, rodovias), hoje bastante decadente. Saudosismo é uma palavra que não me agrada de jeito nenhum. O que passou, passou. Modernização me agrada muito mais.
Olhar para a frente. Para o
moderno. Para o futuro. Sem olhar para trás.
Buscar soluções. Não “demonizar”
ou “discriminar” quem quer que seja, seja branco ou negro. É assim que o Brasil dará seus primeiros
passos rumo a um maior desenvolvimento.
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